ESCONDER EMOÇÕES FIZERAM ME PERDER DE MIM
TODOS SEMPRE ME DIZEM O QUANTO EU SOU LEGAL.
Tenho certeza de que isso geralmente é um elogio, mas me faz pensar se ser gentil permite que as pessoas se aproveitem de mim. Eu às vezes sinto que não deveria ser legal porque eu acabo me machucando. A medida que fui ficando adulta, as pessoas a quem eu poderia pedir ajuda foram diminuindo, e quando fiz isso, eu apenas dei parte da minha história. Eu estava muito envergonhado do que estava acontecendo para realmente abrir e deixar sair. Aqueles que escolhi para confiar nunca acreditaram em mim porque “essas coisas simplesmente não acontecem”.
Eu nunca quis ser apadrinhada. Eu estava sendo abusada e negligenciada, mas as pessoas não acreditavam em mim ou não queriam se envolver. Eu posso entender isso, mas por causa disso, eu me fechei. Recusei-me a falar ou a mostrar minhas emoções. Eu chorei e me escondi das pessoas. Eu estava com medo de ficar sozinha, mas nunca me senti segura.
O mundo não foi fácil; o amor parecia complicado e confuso. Minha vida estava vazia.
Eu tinha certeza de que nunca me sentiria segura ou querida. O amor não parecia real: achei que era apenas uma ideia que as pessoas compraram. Aos meus olhos, o amor era como estar com fome e alguém te dando comida falsa. Parece comida, mas não faz nada.
Por fim, devido a todos os abusos e negligências, comecei a sentir muita raiva. Eu estava com raiva de mim mesmo, das pessoas ao meu redor e estava com raiva de todas as situações em que me envolviam, comprometendo minha segurança e minha vida. Porém como eu era uma pessoa boa, não importa o quão zangada ficava, não conseguia ferir outras pessoas, o que em suma significava que não dizia as coisas que realmente queria ou precisa dizer, até mesmo expressar sentimentos verdadeiros. Eu não queria empurrar minha negatividade para outras pessoas, então quanto mais eu sentia, mais eu afastava as pessoas
Isso tudo começou a melhorar quando comecei a escrever, no entanto. Eu finalmente senti que eu era capaz de abrir e resolver meus sentimentos. Eu era capaz de compartilhar partes da minha história com outras pessoas e espero inspirá-las a seguir em frente.
Pode parecer que estou escrevendo essas coisas para fazer as pessoas se sentirem culpadas por não me ajudarem ou sentir pena de mim, mas isso não é verdade. Escrevo estas coisas para provar a mim mesmo e a outras pessoas que sou mais forte do que sou creditado. Escrevo essas coisas porque escrever é o que me ajudou a classificar o meu passado: incentivar outras pessoas a compartilhar suas histórias e superar as situações ajudou-me a trabalhar sozinha.
Eu ainda não me sinto completamente capaz de compartilhar meus sentimentos em sua totalidade.
Tem pessoas na minha vida que eu gostaria de poder dizer algumas coisas, mas eu não posso, porque eu sou muito legal. Talvez essa seja a minha maior falha, mas eu nunca quero fazer ninguém se sentir do jeito que eu me senti. Talvez eu devesse, mas em vez disso, eu digo a minha verdade através da escrita. Então, se isso faz com que as pessoas se sintam culpadas pelo modo como me trataram no passado, talvez devesse. Talvez eles aprendam a ajudar as pessoas em suas vidas e sejam um pouco mais gentis.
Estou incrivelmente envergonhada da pessoa que eu costumava ser: aquela pessoa assustada que não tinha ideia de qual era seu propósito na vida e escondia tanto. Agora estou aprendendo que meu passado é o que me fez quem eu sou.
Há uma citação que diz: “A mesma água fervente que amacia a batata endurece o ovo”.
Essa citação me ajuda a ver as coisas de que você é feito, que ajudam você a sobreviver no mundo. Eu posso ser legal, mas isso não me deixa fraca. Posso não conseguir expressar claramente meus sentimentos, mas isso não significa que eu não tenha nenhum. Por tudo que aprendi, sei que quero dar à minha vida uma natureza mais positiva. Eu quero estar me aceitando. Eu quero entender que nem todo mundo é bom; que algumas pessoas são ruins. Agora conheço minha força e tenho a capacidade, através da escrita, de espalhar alguma positividade e é isso que continuarei a fazer.
Texto original extraído de readunwritten.com
Por Samantha Proctor
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